Banda Teifke em 1926. Da esquerda à direita: Alfredo Litz, Athur Bonnes, Arthur Teifke, Alberto Teifke, Alfredo, Julio Schöne e Oto Lösch.
Procurando resgatar um pouco da história da Banda Teifke, estivemos conversando com Adroaldo Teifke e seu filho Vitor Teifke, que nos relataram um pouco da origem da Banda hoje conhecida em toda nossa região. A família Teifke em Sertão Santana é descendente de Germano Teifke Filho, que veio da Alemanha, da região de Poman (deve ser Pomerânia) com seus pais e irmãos. Instalaram-se em Porto Alegre e por volta de 1878 fixaram-se em Sertão Santana, Dobrada.
Germano Teifke ficou em Porto Alegre onde trabalhava nos navios e ai conheceu Madalena Raab, que naquela época também trabalhava na capital. Depois de algum tempo de namoro casaram-se e vieram a morar com seus pais na localidade hoje conhecida como Dobrada.
O casal construiu sua própria casa, tiveram 11 filhos, sendo eles: Olga, Alberto, Alfredo, Alma¹, Amanda, Arthur, Ema, Joana, Henriqueta, Afonso e Luiza. Ainda segundo informações Germano além de agricultor foi fundador da “Sociedade Cantoria União Cultural”.
A cantoria iniciou sendo dirigida pelo seu filho mais velho, o Alberto. Os ensaios e também as festas anuais eram feitas na casa de Germano que sempre foi grande incentivador da continuidade desta sociedade.
Surgimento da Banda Teifke
Hoje a sede da Sociedade está localizada em uma área doada pelo Srº Arthur Teifke, filho de Germano, a banda que todos conhecem como Banda Teifke surgiu oficialmente no dia 26 de dezembro de 1926, também começou com o filho mais velho de Germano, o Alberto, este foi tocar com Banda então existente de Augusto Huff, após aprender ensinou seus irmãos o que não foi difícil, e deram inicio a Banda Teifke.
Mais tarde, Arthur passou a dirigir a Banda onde ficou regente até o fim de sua vida, seu filho Adroaldo, um dos entrevistados desta matéria lembra de fatos marcantes e comuns naquela época onde muitas vezes a Banda se locomovia com carroças até os eventos solicitados, em alguns casos um trator puxando dois reboques com a Banda, o dono do evento quando contratava a Banda sempre chegava de cavalo, pois não era comum veículos naquele tempo.
Tocando nos Kerbs
Outro fato marcante para os integrantes da Banda Teifke foi os conhecidos “Kerbs”, evento com três dias de festa, que também marcou muitos moradores e deixou saudade, em Sertão Santana muito ocorreu tal evento na localidade da Dobrada. O evento por ser muito famoso naquele tempo chegava a juntar cerca de mil pessoas, ocorrendo na sexta, sábado e domingo explicou Adroaldo.
Lembra também de algumas brincadeiras que se fazia no decorrer do evento como uma madeira verde ensaboada no meio do salão e um relógio lá na ponta, quem conseguisse subir lá e pegar o objeto era dono. Também se escondia uma garrafa de wiski ou champagne quem achasse também era dono.
“Me lembro que nos Kerbes a banda iniciava a música começando a escurecer, parávamos somente para jantar e encerrávamos amanhecendo o dia, isso se repetia nos três dias de evento, claro que entre uma música e outra os componentes tomavam um chopp e prosseguia a música” explicou Adroaldo.
Modificações
Com o passar do tempo a Banda Teifke não conseguiu resistir somente ao ritmo típico, tendo que mudar para Integrasom Teifke, momento em que se deu a integração de outro conjunto com músicos de Mariana Pimentel e Barão do Triunfo, voltando com muita força para os baile da região. E a poucos dias a Banda Integrasom Teifke também findou, sendo fundada em seu lugar por Vitor Teifke, filho de Adroaldo Teifke a terceira geração a Banda “Estação G3“, contudo é importe deixar claro que a Banda Típica Teifke continua com as atividades. E para quem quer algo mais em conta para o evento Adroaldo também fala que tem o “Grupo Animação”
“É muito gratificante para nós quando percebemos que o público gostou de nossa apresentação é algo que não tem como descrever, sem falar nos elogios e o carinho que recebemos de cada um” comentou Adroaldo.
65 anos da Banda Teifke
Dentre os muitos fás da Banda Teifke Adroaldo lembra muito bem de um em especial que em todo evento que a Banda se apresentava independente de onde fosse, sempre pagava um barril de chopp para os integrantes, se tratava de Venuto Dalbém, que foi lembrado com muito carinho deste, que sempre prestigiava a Banda.
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¹ - A primeira esposa do pioneiro rondonense Leopoldo Schöne com quem formou família com o nascimento dos filhos Lauro, Raul e Ivo.
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Origem da Sociedade Cantoria União Cultural em Sertão Santana
Apesar do ano de 1966 estar na parede do Clube a Sociedade já existia desde 1899
12 de setembro de 2020
Embora as origens do município remontem ao ano de 1784 e sua colonização tenha iniciado em 1892, Sertão Santana foi fundado em 1992. Localizado na região Centro Sul do estado Rio-grandense, o município se destaca por seu patrimônio natural: um relevo repleto de morros, grandes formações rochosas, belas cachoeiras e mata nativa.
Sua população é formada na maioria por descendentes de imigrantes alemães, austríacos e poloneses, mas também por imigrantes de origem italiana e luso-brasileira.
Quem anda pelas estradas do interior de Sertão Santana, na localidade de Linha Alfredo Silveira, em algum momento vai se deparar com a sede da Sociedade Cantoria União Cultural, erguida na comunidade no ano de 1966.
O jornal Regional foi atrás das informações para resgatar um pouco desta história. A fundação desta entidade social faz parte da história da região e carrega os traços da colonização alemã datada de 1899 que teve sua origem a partir das festas promovidas pela comunidade e das reuniões do grupo de coral que eram formados apenas por homens.
O berço da Sociedade Cantoria União Cultural foi a residência de seu idealizador o saudoso “Germano Teifke e sua esposa Magdalena Raab”, a casa construída por ele tornou local de grandes bailes.
Germano Teifke Filho o principal idealizador da Sociedade, veio da Alemanha, da região de Poman com seus pais (Germano Teifke e Johann Bruziaff ).
Germano Teifke ficou em Porto Alegre conheceu Magdalena Raab, e depois de algum tempo de namoro casaram-se e vieram morar com seus pais na localidade hoje conhecida como Dobrada, depois de um tempo Germano construiu sua própria casa na Linha Alfredo Silveira, cuja a terra havia comprado, sendo o local na época somente mato.
Casa construída pelo casal
A casa que deve ter hoje em torno de 130 a 150 anos foi construída com muito trabalho pelo casal, pois as tábuas eram cortadas com serras manuais, e construíram a casa em meio aos matos.
Depois de um ano de casado , ao terminar a casa, lá foram morar. Tiveram 11 filhos.
Segue na ordem do mais velho ao mais novo:
Olga, Alberto, Alfredo, Alma, Amanda, Arthur, Ema, Joana, Henriqueta, Alfonso e Luiza.
A base e as paredes continuam completamente igual, bem como praticamente toda sua estrutura interna, hoje quem mora na casa é a neta de Germano filha do Alfredo, Deni Teifke.
Em conversa com o Regional Deni de boa vontade nos mostrou o interior da casa revelando que na sala era o salão de bailes, onde a idéia de se criar uma sociedade teria se iniciado, claro que algumas poucas modificações foram realizadas no seu interior o que não tira a idéia principal de como era o salão, destacando que todo madeiramento continua o mesmo.
Surgimento da Sociedade Cantoria União Cultural
Germano além de agricultor foi fundador da “Sociedade Cantoria União Cultural”.
O atual presidente da Sociedade Cantoria União Cultural, Arnildo Litz, nos revela que a Sociedade já existia desde 1899. Prova disso é uma bandeira da sociedade que ele tem guardada esta já passou por uma restauração com data de 11 de novembro de 1899, juntamente com a bandeira de fundação de 1966.
Bertha Teifke neta de Germano Teifke, explica que naqueles tempos como praticamente todos eram agricultores eles começaram a se reunir abaixo das sombras da mata perto da varanda da estufa do Arthur Teifke, localizada um pouco abaixo do atual clube União, onde com seus pais Germano e Magdalena, irmãos familiares e amigos, começaram a confraternizar e fazer grandes churrascos. Ela lembra que cada um se propôs a ajudar um pouco com as despesas, então Germano Teifke fez um caixa, e decidiu fazer uma sociedade e todos os anos começou a se realizar uma grande festa, a sociedade foi fundada em 11 de novembro de 1899.
A festa inicialmente deveria ser dia 1° de maio, contudo como nem sempre a data cairia num domingo optaram por realizar a festa no primeiro domingo de maio.
Devido essa união de todo o grupo de agricultores e o fato do coral ser muito forte naqueles tempos, criou-se então a Sociedade Cantoria União Cultural.
Bertha foi 20 anos secretária e lembra com carinho de muitas atividades que ocorreram no Clube. A construção da obra da primeira parte da Associação se deu basicamente da união dos moradores e doações, inclusive a mão de obra.
Trabalho voluntário união e boas lembranças
Adroaldo Teifke neto de Germano, filho de Arthur Teifke também nos relata um pouco da história, lembra que seu pai foi maestro do coral do muitos anos, e os ensaios eram realizados na pequena escola que tem em frente ao clube, contudo após algumas reuniões com os agricultores finalmente iniciaram a obra com doações e trabalho voluntário.
Alfredo Teifke e seu filho Armando Teifke foram alguns dos pedreiros que ajudaram bem como toda a comunidade a construir a sociedade, Adroaldo lembra que ajudou também e quando colocou a última telha, uma grande janta foi feita para celebrar a construção da Sociedade Cantoria União Cultural.
” Lembro que colocamos a última telha, e um deu carne o outro deu vinho e fizemos uma baita janta e ocorreu um grande baile, porém só tinha homem, chão batido e a festa foi longe..”, lembrou com risadas Adroaldo.
Adroaldo que foi um dos presidentes lembrou das muitas bem feitorias feita no clube que fez onde destacou um pedaço feito de caletão, a cancha de bocha e o futebol de salão. Com o passar dos anos a estrutura foi ampliada, deixando-o com a estrutura que tem hoje.
Inauguração da quadra de cimento
Adroaldo também lembrou da inauguração da quadra de cimento localizada atrás do clube, onde montou um time de aposentado que não jogava mais, contra um time bom da época, contudo este time bom dava 10 gols, primeiro tempo ninguém fez gol nos veteranos já no segundo tempo levaram 5 mais ganharam o jogo por 10 x 05 e o almoço apostado.
Fatos curioso dos bailes
Outro fato de destaque, é que Arthur Teifke tinha uma serraria e era carpinteiro, onde além de doar a área para construir o clube também doou 36 mesas e 144 cadeiras, ao chegar ao baile o casal ou a pessoa poderia alugar esta mesa com quatro cadeiras, por aquela noite, não tendo problema de ir dançar e ficara sem lugar, pois se pagava por ela durante a noite.
Bandeira do Clube
Dora Teifke filha de Arthur Teifke, também lembra de fatos curiosos como é o caso das bandeiras, a Sociedade Cantoria União Cultural tem duas bandeiras uma datada de 1899 e outra de 1966, ela lembra que a cada velório que se tinha na época o caixão era conduzido de carroça com cavalos a frente e sempre que um ente querido viesse a faltar e esse fosse sócio, a Bandeira da Sociedade sempre ia na frente.
Coral e Banda Teifke
Registros mostram que os corais já existiam antes da fundação da Associação em 1899, contudo era apenas para homens, já na Linha Alfredo Silveira uma foto registrada em 1910 retrata um grupo de homens com a participação de Germano Teifke em uma das festas realizadas em meio a mata nativa próximo ao local do atual clube.
A cantoria iniciou sendo dirigida pelo seu filho mais velho de Germano, o Alberto. Os ensaios e também as festas anuais eram feitas na casa de Germano que sempre foi grande incentivador da continuidade desta sociedade.
Quando o regente Alberto foi morar em Sertão o irmão Arthur assumiu a regência do Coral e dirigiu até seus últimos dias. Outro fato curioso destacado por Dora Teifke é que antes da construção do clube Arthur pedia para ela escrever a letras dos hinos tudo em Alemão, pois naquela época não havia xerox, cada hino novo novamente lá ia dona Dora escrever tudo em Alemão uma copia para cada integrante.
A Banda que todos conheceram como Banda Teifke, também começou com o filho mais velho de Germano, o Alberto, que foi tocar com a Banda então existente de Augusto Huff. Logo ensinou seus irmãos o que não foi difícil, e deram inicio a própria banda, com a regência de Alberto Teifke. Mais tarde Alberto passou para Banda Raab, em Sertão Santana.
Então, Arthur passou a dirigir também a Banda, onde ficou regente até o fim de sua vida.
Hoje a família Teifke é uma das mais números em Sertão Santana tornando se por isso muito conhecida, algumas pessoas não sabe onde se localiza a linha Alfredo Silveira ou onde fica a Sociedade Cantoria União Cultural, mas se alguém diz “na zona dos Teifke”, ai muita gente conhece.
Atual diretoria da Sociedade Cantoria União Cultural
Arnildo Litz atual presidente da Sociedade Cantoria União Cultural fala do momento difícil que a entidade esta passando, lá no início do ano a diretoria optou por colocar todo piso novo no clube e as melhorias não param por ai, foi investido no forro, banheiro novo, foi aberta a parede da cancha de bocha dando um visual mais moderno a Sociedade.
“Hoje nós temos uma dívida muito grande, e não temos renda, não sei como vai ser daqui uns anos, se não tivermos apoio de outras pessoas vai fechar as portas, nós não tínhamos dividas, estávamos contando com a contribuição dos sócios na tradicional festa de maio, contudo devido a pandemia a festa não saio e as dividas ficaram em aberto. ” declarou o atual presidente.
A diretoria pede para que os sócios se manifestem, a quem não estiver em dia que coloque em dia sua anuidade, hoje se tem 74 sócios em dia falta a contribuição dos demais para quitar as dividas, pois o Clube que esta com cara nova depende da ajuda de todos.
Agradecimento
A diretoria em nome do Arnildo Litz agradece ao Neldo Bonnes, Otto Teifke, ao Sicredi e também aos patrocinadores do fardamento e novamente pede ajuda dos sócios bem como de entidades que queiram ajudar, pois o futuro do clube segue meio incerto .
Rifa
A atual diretoria ainda tem 25 blocos da rifa que seria sorteada em maio, contudo irá prorrogar o sorteio e a venda desses blocos, e os números podem ser adquiridos na casa do presidente Arnildo ou no Posto Teifke, pelo valor simbólico de R$ 2,00. Tendo 40 prêmios sendo o 1° a quantia de R$ 1.000,00.
Diretoria:
Presidente: Arnildo Litz
Vice-presidente: Itamar Braum
1° Tesoureiro: Fábio Kubiaki
2° Tesoureiro: Alexsandro Braum
1 ° Secretário: Diego S. Gross
2 ° Secretário: Rodrigo Rzytki
Texto publicado originalmente em:<https://clicr.com.br/origem-da-sociedade-cantoria-uniao-cultural-em-sertao-santana>. Acesso em 20.09.2020.
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