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Para quem é mais antigo, chega a chocar como a geração que não faz muito saiu da casca do ovo ignora solenemente os seus antepassados. Todos nós sabíamos os nomes dos nossos avós e bisavós maternos e paternos, como e até que idade viveram, que profissão tinham e de que região eram oriundos, etc. O mesmo se dava não só com tios e tias, mas também, de tios e tias-avós, nos orgulhávamos dos nossos antepassados. Mesmo que nem todos fossem caráteres sem jaça. Toda tropa tem um boi corneta, fazer o quê.

 Mas isso está sumindo. Bem dentro da superficialidade atroz dos textos de 140 toques no máximo e do correr os olhos apenas nos títulos, e olhe lá, não só a história está sumindo como também a história das famílias desaparece. Tenho feito testes com a gurizada e fico abismado. Muitos não sabem nem o nome todo dos avós e muito menos a profissão. Dentro desse contexto, admira que saibam o que os pais fazem, de onde são e como vivem.

  De certa forma, eles acham que o Big Bang aconteceu quando nasceram.

(Reproduzido de www.fernandoalbrecht.com.br - acesso em 20.01.2016)

 

PERFIL

Fernando Albrecht

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio [de Porto Alegre). Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.