Autoras Franciele Maria Martiny e Elisângela Redel.
Este estudo focaliza o município de Marechal Cândido Rondon, localizado no Oeste do Paraná, que foi povoado em 1950 por imigrantes e seus descendentes, na maioria, de origem étnica cultural alemã, procedentes de diversas regiões da Alemanha e de países europeus, cuja língua falada é/era o alemão. A proposta deste trabalho é refletir e analisar como a performance sociolinguística de um humorista local reproduz o estereótipo do “alemão colono”, tendo como corpus de análise um texto de uma propaganda televisiva que o personagem fez referente a uma campanha de prevenção contra a proliferação do mosquito da dengue. Conhecido em várias regiões do Brasil, o humorista realiza a negociação de uma identidade alemã local, valendo-se de estratégias fonológicas, lexicais, temáticas e simbólicas, que podem estigmatizar o falar alemão e, por extensão, os seus falantes. Assim, em um primeiro momento, neste trabalho, são trazidas algumas considerações sobre como as relações históricas entre os alemães e o Brasil se intensificaram com a imigração alemã, iniciada efetivamente em 1824, e como se deu o processo de colonização germânica de Marechal Cândido Rondon, para, após, analisar, à luz da sociolinguística e de estudos sobre variação linguística, a atuação do personagem e a relação disso com a comunidade local alemã. Como resultado, verifica-se a reprodução de violência simbólica com os falantes desse grupo social minoritário, homogeneizando-os, e levando os seus ouvintes ao riso pela associação da forma de falar a uma representação estereotipada de alemão colono, grosso, sem instrução, sem saberes valorizados.
Autoras Franciele Maria Martiny e Elisângela Redel.
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